Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Léa Penteado é da pá virada. Sempre gostou de novidade. Tanto que ganhou o apelido de Leleca Novidade. Ela até foi parar em um verso da letra da canção W/Brasil, de Jorge Ben Jor: "Alô, Tia Léa, se tiver ventando muito não venha de helicóptero".
A jornalista viveu os bastidores da fina flor da cultura brasileira (e do mundo também) produzida na segunda metade do século 20. História é o que não falta para ela contar.
Depois de muita insistência dos amigos, escreveu as melhores em um livro: A Verdade É a Melhor Notícia. A obra traz bastidores de tudo o que viveu, como as histórias dos camarins da lendária casa de shows carioca Canecão ou do Rock in Rio. O livro já está à venda pela internet e foi feito por meio de financiamento coletivo.
Escreveu por insistência do amigo jornalista Luiz Caversan, colunista da Folha.
—O Caversan veio passar uns dias comigo. E ficávamos batendo papo. Ele falou: Léa você tem de escrever um livro. Fiquei com aquilo na cabeça. Comecei a escrever como se estivesse contando casos, que na verdade são cases.
Léa tem currículo de deixar muita gente de queixo caído. Trabalhou em veículos como O Globo, Editora Abril, Bloch Editores, TV Globo e TV Tupi. Fez também assessoria de imprensa para medalhões como Tim Maia, Maria Bethânia, Roberto Carlos, Dercy Gonçalves, Julio Iglesias e até para o mágico pop David Copperfield.
"Colcha de retalhos da vida"
Ah, ela morou no Rio, em São Paulo, em Nova York e em Lisboa. Mas, hoje em dia, só quer a paz da Vila de Santo André, um povoado pequenino no sul da Bahia, onde se refugiou. Porque ela não é boba.
É claro que, antes disso, já passou por bons e maus bocados, e conta tudinho no livro. Porque sempre teve talento para superar qualquer dificuldade que surgisse em seu caminho.
— O livro tem histórias de diversos tamanhos. Fui relatando o que era, como era, qual era e como eu resolvia a complicação. Coloquei rodapés explicando tudo. Tem muita gente que não sabe como eram as coisas. Espero que o livro contribua com isso.
Para Léa, seu livro é apenas mais "uma peça da colcha de retalhos da vida".
— A história de cada um monta um painel que expressa o que foi aquele tempo. Meu trabalho não é definitivo. É o meu período, é a história que vivi. Eu cobro muito das pessoas que escrevam suas histórias. Porque, apesar de toda a tecnologia, os antigos diziam que o mundo se contava através de selos, das moedas e dos livros. E eu ainda acredito nos livros, sobretudo nesse contemporâneo tão fugaz que vivemos.
Curta a nossa página no Facebook
Leia também:
Saiba o que os atores fazem nos palcos e nos bastidores